Será o Homem que domestica o Gato ou segundo uns outros o Gato que domestica o Homem, subjugando-o à sua vontade?
do·mes·ti·car - Conjugar
(francês domestiquer)
verbo transitivo
1. Reduzir à domesticidade.
2. [Figurado] Tornar sociável.
Para alimentá-los, dar-lhes festas, mimos e carinhos.
O Gato que se não quiser vira costas a isto tudo e ainda dá patada e arranhões.
Pergunto-me se não será um certo masoquismo, ou aceitação da sua condição de insubordinados e que se subjugam ao animal (animal é o outro e não o próprio).
A capacidade de amar a vertente animal livre, que magoa se lhe apetecer e pede/exige colo, e que se despede de uma sacudidela só se não for bem vindo.
Reflicto sobre este jogo de espelho entre o homem e o gato. O homem (m/f) que ainda não é Homem mas que se prevê que venha a Ser, e o gato que não é Leão mas que mantém restícios deste comportamento.
Definição de Omen
If you say that something is an omen, you think it indicates what is likely to happen in the future and whether it will be good or bad.
Querem-se amistosas e sossegadas, caladas qb, e que não se reproduzam aos molhos e sejam sociáveis sem estragar o status quo.
cas·trar - Conjugar
(latim castro, -are)
verbo transitivo
1. Privar dos órgãos essenciais à reprodução animal. = CAPAR
2. Impedir ou limitar a vontade, a iniciativa ou a expressão de algo ou alguém. = ABAFAR, ATROFIAR, REPRIMIR
3. Colher o mel, tirando apenas parte dos favos (ex.: castrar as colmeias ). = CRESTAR
Gatos em descanso, brincadeira e contemplação; gatinhos fofinhos que reflectem a vulnerabilidade da condição; dar mimo, carinho e atenção sem esperar nada em troca.
E mesmo que levem uma patada, voltam.
Esta é a relação que vejo entre as duas espécies, um jogo de espelhos sobre a aceitação e não aceitação de cada um.
Ficar frente a frente a um gato tem o seu quê de hipnotizante, vemo-nos reflectidos em todas as vertentes.
Ás vezes não gostamos nada disso, que é como quem diz, de nós próprios, ou por vezes da incapacidade de dominar aquele chamado animal interno.
Que é como quem diz, a incapacidade de fazer o que desejamos no dia-a-dia: dominar os outros e subjugá-los à nossa vontade ou a dificuldade em fazê-o. Ou a dificuldade em dominar o nosso Eu animal.
Seria curioso que nos dêssemos a mais experiências com o Reino Animal, tal como as tribos que ainda subsistem. Seríamos capazes de ver-nos reflectidos nos pontos fortes e fracos que nos fazem, nas características que mais nos tocam em diferentes Animais do Reino.
Cada um deles vive em nós e afastámo-nos ficando nos dias de hoje umas quantas estórias e mitos.
Textos como qual o seu animal de poder e afins que denotam o que sobra de uma panóplia de experiências vividas pelo Ser Humano que se afastou destas relações intemporais.
Concluo por agora que tratamos deste assunto como se fossem jogos de poder e subjugação quando na essência o que se revela é a troca.
Ora aqui está a questão. O que se troca? Aqui está o livre arbítrio do Ser Humano, que é o que o define à partida.
E o que troca entre si os Seres Humanos? A troca pressupõe interesses próprios? Maniqueísmo?
Em prol de quê? De quem?
Isabel dos Santos trocou aos longos dos anos. E certamente que se trocou não o fez sozinha.
Houve um jogo e ela fazia parte. Fácil será julgar tendo em vista o resultado da troca para quem serviu de peão no jogo. E será que um julgamento retirando rainhas e reis resolve?
Surgirá à vista um outro jogo de xadrez. Serão eles apenas peões de um xadrez maior?
O que será o: em prol do Bem de todos? A domesticação do Homem? Por quem?
Contemplemos o que somos e os jogos em que nos envolvemos a cada dia, o nosso próprio maniqueísmo e interesses a cada passo que damos, a cada escolha que fazemos.
E isso dirá muito do teu destino e de todos nós. Esse é o teu oráculo. OMEN
E se não fores capaz de o fazer, senta-te aos raios de sol, como o gato.
Paira sobre a cidade como os pássaros.
Escolhe um.
Escolhe-te.
Livre arbítrio existe?
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